terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Onda Retrô


   Não é nenhuma novidade o sucesso que anda fazendo o estilo retrô em vários seguimentos, seja na decoração, na moda, nas festas infantis ou nos novos (apesar de terem cara de velhos) objetos de desejos. O interessante mesmo é observar o que está por trás desse desejo de ter objetos velhos ou com design antigo como protagonistas no cenário atual. Na decoração o ar retrô retoma a calmaria da casa da vovó e dá uma sensação de aconchego nos apartamentos cercados pelo barulho de trânsito e correria do mundo do lado de fora. Na moda a sensação de ter algo que somente você possui ou que foi produzido especialmente para você dá o sentimento que somos um ser individual mesmo numa sociedade de produção em massa.





   Eu confesso que amo esse clima retrô na decoração, com cara de coisa eternas, que passaram de geração em geração, fugindo das coisas descartáveis que o plástico trouxe, que não requerem muito cuidado, afinal foram feitas para durar pouco. Esse comportamento com os objetos demonstra a forma que o homem lida com o relacionamento com as outras pessoas, antes era um namoro, que demorava anos ou meses, hoje apenas se “fica” por uma noite ou por um beijo, o casamento também era até que a morte separasse, mas atualmente dura apenas até a primeira briga.



  Divagações à parte, eu falei isso tudo para mostrar o meu mais novo amor em forma de objeto, esta linda câmera ANALÓGICA abaixo:

   “Analógica” em destaque porque esta característica marcante foi alvo de muitas piadas que ouvi, do tipo: “Tira uma foto e publica no Instagram”. Eu ri com essas brincadeiras, mas continuei amando a minha nova aquisição. A máquina analógica me faz lembrar de um passado não tão distante, que eu ia pedir dinheiro ao meu pai para revelar fotos e ele me olhava com aquele olhar de indignado: “como vocês tiram tantas fotos?”. Pobre do meu pai, antes a gente lutava para conseguir 36 poses, o que poderia levar até 2 viagens, hoje em dia, tiramos mais de 100 fotos em um final de semana viajando ou de festas. E mesmo com tantas fotos clicadas a minha vó sempre fala: “Vocês tiram um monte de fotos e eu não vejo nenhuma”. E ela tem razão, muitas fotos nunca serão reveladas e quem não tem acesso à redes sociais nunca mais irão vê-las, ou mesmo daqui uns anos nos filhos e netos não poderão ver o que fizemos na nossa juventude, já que hoje a moda é Facebook e Instagram, antes era Orkut, antes ainda o Fotolog. Alguém aí ainda tem acesso aquelas fotos que foram publicadas no Fotolog? Se a página ainda existir você poderá revê-las, mas não tocá-las.
   Voltando a minha nova aquisição. Ela se chama La Sardina e veio uma caixa de madeira linda como se fosse uma latinha de sardinha mesmo, mas essa é uma edição especial, de lata de Caviar. Chique, não?! Eu nunca comi caviar, mas tenho uma lata de caviar que fotografa. Ráa! Para poucos! Brincadeiras de lado, essa latinha aqui tem me despertado para esperar o momento certo para fotografar, a gente tem que ficar lá esperando a pose ideal, sem interferências de pedestres, já que não dá para apagar o que ficou ruim. Uma outra coisa legal é trabalhar a curiosidade de só saber o resultado dos seus cliques depois de revelar, o que pode demorar uns dias, já que para a minha surpresa tirar 24 poses está demorando quase um mês.
   Esse meu tesouro é um dos modelos produzido pela Lomography, uma empresa Austríaca que começou a fabricar e reinventar as máquinas analógicas no início dos anos 90. A Lomo, como é carinhosamente chamada, não é uma simples máquina analógica, proporciona vários efeitos de cores e formatos únicos, e por isso vem resistindo ao apelo das câmeras digitais, e ganhando vários adeptos no mundo, não só pela qualidade da fotografia, como também pelo design inusitado das câmeras que são verdadeiros objetos de decoração.
   Falando nisso eu estou apaixonada por essa pequena chamada Diana F+ Mini, ela fotografa em formato quadrado, além de possuir alguns efeitos como a possibilidade de registrar duas imagens em uma mesma foto. Ela é linda, ideal para levar para viagens e apreciar os ambientes e só fotografar o que realmente vale a pena Agora é guardar o dindin, para ter ela em minhas mãos e um futuro breve, assim espero!
   

   Ah! O engraçado dessa história toda é que eu não tenho máquina digital, a minha se afogou na última viagem (coloquei uma garrafa de água aberta na bolsa), então por enquanto só foto do celular e da minha preciosa.

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